A contemplação e a meditação da Palavra de Deus estão (ou deveriam estar) no coração da vida de fé de todo cristão. Monges e monjas têm o hábito, na lectio divina, de praticar essa mastigação da Palavra para extrair a seiva da Vida, essa lenta ruminação que acompanhará seu dia e ajudará sua conversão. Eles também estão acostumados ao silêncio da contemplação, a essa busca pelo belo inseparável da verdade. O Concílio Vaticano II encorajou essa prática a ir além dos limites do claustro, para que todo o Povo de Deus viesse a beber dessa Fonte Infinita de Amor. Cláudio Pastro (1948-2016), um grande artista brasileiro de arte sacra, juntou-se a esse movimento, colocando no coração de sua obra a contemplação de Cristo, a Palavra feita carne. Mergulhado na Bíblia, leituras patrísticas, espiritualidade beneditina, um homem de Deus envolvido na busca do belo e do verdadeiro, ele queria oferecer esse tesouro de contemplação ao maior número possível de pessoas. Cada uma de suas obras é um concentrado da Vida divina. Pela simplicidade de seus traços, ele mergulha no coração do verso do Evangelho que ilustra para extrair a essência vital, sem adornos, sem detalhes desnecessários. É essa força que este pequeno trabalho deseja revelar de maneira despojada para permitir que a Palavra e a ilustração cheguem diretamente ao coração do leitor. A presença aqui do Evangelho em várias línguas enriquece a lectio divina, exige comunhão fraterna e recorda a universalidade tanto da Palavra de Deus quanto da obra de Cláudio Pastro, ansiosa para tocar o coração de todos os homens.